sábado, 20 de dezembro de 2008

Médicos com sorte, mas sem ética.

Alunos que teriam invadido hospital se formam

Os 14 formandos de medicina da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do Paraná, que tiveram a formatura suspensa pela instituição, se formaram em uma rápida cerimônia nessa sexta-feira. Eles foram acusados de invadir o Pronto Socorro e o Hospital Universitário para comemorar o fim do curso.

» Juiz manda diplomar alunos

Ontem, o juiz da 5ª Vara Cível de Londrina (PR), Mario Nini Azzolini, determinou que a universidade realizasse a colação de grau dos estudantes.

A solenidade foi acompanhada pela imprensa, mas os formandos acabaram sendo "ocultados" por familiares e ex-colegas. Alguns dos outros 82 alunos que colaram grau na semana passada compareceram ao ato para tentar "esconder" os que tinham sido punidos.

Durante o juramento todos se levantaram. No final da entrega de diplomas, formandos e familiares clamaram por justiça.

COMENTO:

Lamentável! É só o que me resta dizer diante de tal notícia.E eu que pensei que pela primeira vez fosse se fazer justiça, impedindo que esses novatos arruaceiros se formassem. Aventou-se a hipótese de que os futuros "médicos" embriagados e que ofenderam a dignidade de pacientes internados, não colassem grau. Mesmo depois de imagens feitas pelo circuito interno de segurança e do depoimento de 20 pessoas, entre médicos, funcionários e pacientes do hospital, foram considerados aptos para receber diploma, clinicar e um abraço. Parabéns para os participantes desse espetáculo circense....

Penso que no mínimo deveria ter havido uma punição para os envolvidos no tumulto dentro do hospital, punição essa que deveria ser até de expulsão dos quadros da universidade. para que a próxima turma de formandos pensasse um pouco na ética e não apenas no status, antes de escolher uma área que lida exclusivamente com ser humano.Pobre de nós brasileiros que temos de enfrentar maus profissionais recém saídos dos bancos universitários e que já sabemos o que nos espera nos consultórios e hospitais públicos. Médicos sem o mínimo de ética, valores e moral.

O mais incrível foi os familiares e colegas de turma esconderem os jovens da imprensa e clamarem por justiça. Justiça? E quem lembrou dos pacientes que foram vilipendiados nos seus leitos, enquanto os "meninos" se divertiam? Tomara que um dia algum desses pais sejam atendidos em uma emergência por um dos médicos que participaram da comemoração, e que sejam tratados com a mesma insensibilidade que eles dispensaram aos pacientes do Pronto Socorro Universitário de Londrina.

Infelizmente os pais de hoje não aprenderam ainda a dizer não para os seus filhos. Talvez porque não tenham nem tempo de ver seus filhos, missão transferida para as babás, tamanha a carga de compromissos sociais que precisam cumprir para fazer parte dessa sociedade de consumo em que vivemos. E, para ser livrarem da culpa, presenteiam seus rebentos e jamais dizem não. Certamente os pais dirão "ah! foi apenas uma brincadeirinha de adolescente".

Já vi esse filme antes. Quando na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, filhos de uma classe alta espancaram uma doméstica e o pai de um deles disse que " ela era só uma empregada".

Isso nada mais é do que o reflexo do educação ministrada pelos pais modernos.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Balanço de vida.

Fim de ano chegando, tumulto nas ruas, lojas cheias e uma reflexão na cabeça.
Que fizemos de bom neste ano? Será que demos o melhor de nós ? Será que respeitamos o nosso próximo e a nós mesmos? O que esperar do ano novo que vem chegando?
Parece mesmo que vai mudar alguma coisa? Mais que uma mudança de calendário, é certo que todos nós temos expectativas de algo novo no ano que se aproxima. Esse simples salto de um ano para outro cria uma ansiedade natural em todo mundo. Esperanças renascem e sonhos parecem próximo de virar realidade. Paz, amor, saúde e dinheiro. É o que sempre se espera.
Fazer o bem ou não? No passado que todos crêem conhecer de si mesmos, estou segura de que, se cada um pintasse sua própria imagem com o seu passado, lhe poria uma auréola bem visível atrás da cabeça.
Mas o certo é que, assim como se levam em conta as coisas boas que se fez, também há quem faça um balanço de todo o mal que praticou, e tudo isso são dívidas que, inexoravelmente, mais tempo, menos tempo, terão que ser pagas.
Tudo o que acontece é responsabilidade nossa, tanto a parte boa como a parte ruim da nossa história, salvo fatalidades do destino.
Portanto fazer a nossa parte é o mínimo que se espera.
Assim quando ocorre um contratempo, quando tem lugar o que cada um considera um mal ou uma desgraça, isso é atribuído à fatalidade, à má sorte, ao destino; enfim a muitas coisas, sem que jamais surja na mente humana o pensamento que aponte a própria culpabilidade ou o próprio causador desse mal, que é a prória pessoa.
Pois bem, é apenas humano que se tenha feito o mal, mas isto não deve ser motivo de pesar algum, quando no presente se tem a oportunidade de possuir de um modo certo o conhecimento que permite saber como reparar os erros cometidos no passado e não voltar a cometer novos no futuro.
Não importa se teremos tempo suficiente para vermos mudanças nas coisas pelas quais lutamos, mas sim que façamos a nossa parte, de modo que tudo se transforme a seu tempo.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Mães à moda antiga

Cada ser humano recebe durante a infância, no convívio com os pais, e em especial com a mãe, influências que podem direcionar sua vida. Com as diretrizes educativas que recebeu pode ter,já adulto, resultados excelentes como ser humano, ou resultados medíocres! Por isso, são decisivas para a vida da criança e do adolescente as orientações que recebeu no lar.
Quando se constata na atualidade o aumento de problemas envolvendo crianças e jovens, juventude que faz parte da "geração pode tudo", sem consciência de limites necessários à boa convivência com os outros, chega-se a conclusão, de que está havendo falhas na educação dos filhos, pelos pais e, em especial, pela mãe, que na maioria das famílias, convive mais com os filhos do que o pai. E fica-se com a dúvida: será que as crianças e jovens estão recebendo orientação adequada para que possam desenvolver-se com as características saudáveis, como seres humanos?
Como será a educação que a mãe, em especial, está dando aos seus filhos? Indulgente demais, sem qualquer orientação ou uma educação firme, mas com grande coração, sabendo o que está fazendo com os filhos? Estará educando os filhos de tal modo que faça desabrochar neles alguma das características positivas como ser humano, tais como: autenticidade, bondade, caridade, cavalheirismo, confiança, cooperação, cordialidade, disciplina, equilíbrio, firmeza, fortaleza moral, honestidade, humildade, lealdade, paciência, responsabilidade, sinceridade, etc?
Do que for feito hoje na educação das crianças e dos jovens, poderá depender o futuro da sociedade humana, se será ou não formada por pessoas saudáveis, mais preparadas para serem cidadãos conscientes e equilibrados!
Quando se vê nos noticiários fatos como o que aconteceram na cidade de São Paulo, onde calouros espancaram, mutilaram, humilharam, maltrataram alunos novos, percebe-se que a sociedade que está sendo formada por esses futuros profissonais está muito doente. Essa doença também é da família, que está desestruturada por valores que não foram experimentados em seus lares, onde os pais não amaram seus filhos o suficiente para dizer-lhes NÃO.
Uma mãe de verdade sabe o momento que é o mais dificil na batalha da educação de seus filhos, aquele momento da negativa consciente, mesmo sabendo que seus filhos possam odiá-la por isso.
Essa mãe amou os filhos o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e que horas irão voltar? Ela amou-os o suficiente para fazer pagar pelas balas que tiraram da padaria e dizer ao dono "Nós roubamos isso ontem e queríamos pagar?" Ela amou-os o suficiente para ter ficado em pé junto deles por duas horas enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que ela teria realizado em quinze minutos? Ela os amou o suficiente para deixá-los assumirem a responsabilidade de suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que lhe partiam o coração?
As mães de antigamente insistiam para que os filhos falassem sempre a verdade. Faltam nos dias de hoje adultos educados e honestos com capacidade para serem pais de verdade.
Nos dias de hoje estamos com carência de mães à moda antiga.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Prefeito imperfeito

Lendo o jornal hoje vi com revolta e indignação que a Cidade da Música será inaugurada com previsão triplicada do valor inicial. O alcaide remanejou R$210,4 milhões do orçamento somente nos nove primeiros dias do mês para destinar a projetos considerados prioritários por seu governo.Como se não houvesse outras prioridades no Rio...
O Rio de Janeiro está uma maravilha, hospitais públicos funcionando, médicos nos plantões, não há dengue, as ruas estão consertadas, não há desordem urbana e nem mendigos nas ruas. A matéria diz ainda que este é o valor mais alto do que o dos remanejamentos feitos nos últimos quatro anos. Esse prefeito é realmente pimpão.No apagar das luzes de seu governo, o Diário Oficial vem publicando uma série de gastos curiosos, pra não dizer estapafúrdios. Ontem a Secretaria de Educação liberou R$ 46, 2 mil à Axion Produtores Associados, diga-se de passagem sem nenhuma licitação, para que os professores assistam ao espetáculo musical A noviça rebelde. Também a Fundação Rio-Zôo autorizou o pagamento de R$ 78.980,00 a uma empresa para fazer brindes de fim de ano. Ora, de onde apareceu tanta verba no fim de governo, se meses atrás o alcaide indicava que não havia disponibilidade de recursos do município? Como se não bastasse, a prefeitura pôs em prática ontem o velho ditado "faça o que eu digo,mas não faça o que eu faço" ao lançar a a campanha da divulgação de inauguração da Cidade da Música na Barra da Tijuca. Apesar da Lei Orgânica do município proibir, dezenas de faixas e galhardetes alusivos à inauguração do complexo da música, podiam ser vistas no canteiro central e na entrada de túneis, ruas e avenidas. Embora descumpra a Lei Orgânica a prefeitura costuma ser rigorosa ao fiscalizar a propaganda alheia.Esse mesmo prefeito encaminhou lei à Câmara proibindo outdoors no Centro Histórico doRio.
Infelizmente o Rio passou por três gestões do atrapalhado prefeito, sua administração foi marcada pela desordem urbana , dando início à serie "Ilegal e daí?". Ele tenta justificar os gastos alegando que teve que transferir recursos para assumir responsabilidades acima da capacidade da prefeitura para o preparo da cidade para o Pan.
Ora prefeito, ninguém que eu saiba, aqui no Rio, foi consultado para saber se queria ver a cidade abandonada , cheia de mendigos, sem conservação e ter o privilégio de ter o Pan. Quem paga realmente impostos, prefeito, não gostou nem um pouco de ver o seu dinheiro sendo jogado no ralo, ou melhor, na conta de alguns, por um evento que foi um fiasco, que só trouxe transtorno para todos, e que só foi proveitoso para os administradores que fizeram uma maquiagem na cidade e embolsaram toda a grana destinada ao evento. Muita gente do seu governo realizou o sonho da primeira mansão própria. A prefeitura alega não ter verba para atender aos hospitais, mas já está organizando uma mega festa para a inauguração da Cidade da Música. Quero ver quais os artistas contratados com gordos cachês, que irão lá fazer show, prestigiar esse roubo nos bolsos sofridos dos contribuintes? Quantos artistas serão cúmplices dessa vergonha, ao receber o dinheiro público de todos para fazer bonito para poucos? Quem tem respeito pelo povo não será cumplice dessa roubalheira. Quero ver quem vai dar a cara a tapa...
Com certeza, os mesmo de sempre,aqueles que falam do governo, mas que na hora H o dinheiro fala mais alto. Nessas horas não há ética, dignidade nem moral, há somente money $$$$$$$$.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Só mata quem ama.

A violência nas relaçõs amorosas ocorre em todas as classes sociais.frequentemente depois de uma separação. Todos podem ser violentos, claro, mas em cerca de 98% dos casos a agressão parte dos homens. Muitas vezes as vítimas não percebem que correm perigo, mas tudo o que acontece em geral já vinha sendo anunciado por meio de ameaças e de comportamentos agressivos.
A tragédia que envolveu a jovem Eloá em Santo André,São Paulo, há pouco mais de um mês, trouxe à tona mais uma vez a violência nas relações amorosas. Naquele caso Eloá deu fim à união e seu namorado, ao que parece um psicopata, reagiu torturando e matando.
Os psicopatas não sentem culpa nem remorsos. São frios e planejam seus crimes. Sempre acham que agiram certo e que a vítima merecia o seu destino.
Mas não são só os crimes ou agressões físicas que caracterizam a violência nas relações. A violência verbal e psicológica também destroem a auto-estima, a segurança e o equilíbrio psíquico do parceiro.
Um crime em geral já vinha se anunciando por ameaças e agressividade. O agressor culpa o outro por precisar agir assim, mas a vítima parece que não acredita que corre perito, porque o agressor muda a toda hora e a trata bem na frente dos outros. Pedidos de desculpas, lágrimas e arrependimento fazem parte do jogo.
A violência é um processo que começa com a submissão da vítima. Já no namoro parceiros vivem uma fase de paixão e de sedução. Logo depois, porém, o homem violento começa a fazer exigências descabidas que vão minando a confiança da mulher. Diz frases como "você é burra", "você tem que deixar o emprego" ou "você não deve estudar". A mulher muitas vezes acaba ficando na dúvida.Passa a acreditar que é inferior e se submete aos desejos do parceiro. Às vezes de tanto ouvi-lo dizer que os amigos a invejam, se afasta deles.
Depois o homem a proíbe de ver a família, de se vestir como quer, de sair de casa mesmo. Vai desqualificando e dominando a mulher ao ponto dela não ser mais capaz de reagir.
Não se trata de masoquismo ou de querer sofrer, é uma espécie de condicionamento, de incapacidade de reação. O homem não aguenta frustrações, é egoísta e sempre culpa os outros por seus problemas. Muitas vezes usa drogas e ameaça a parceira dizendo que vai abandonar a casa ou os filhos ou vai se matar.
Esse tipo de violência paraliza a companheira que não consegue superar a manipulação, porque além da tensão de viver com a ameaça, se julga culpada pela infelicidade do parceiro.
Mas como deve agir quem convive com um companheiro violento? O começo de tudo é admitir que a violência existe. Infelizmente a maioria das mulheres não percebe a violência psicológica, só a física. Devemos mostrar para a mulher que esses comportamentos não são normais. Também é importante esclarecer que ela não é culpada pelo que ocorre. Ele diz que ela é culpada mas isso não pode ser aceito, não pode ser introjetado.
A mulher precisa deixar claro que as agressões são inaceitáveis e colocar limites logo nas primeiras manifestações de ciúmes. Quem ama não aceita tudo, ao contrário, ajudar o outro a mudar e estabelecer limites também são provas de amor.
Diz-se que "quem ama não mata", mas quem ama mata sim, como vimos em Santo André e em inúmeros outros casos.
Um ex-namorado rejeitado para não perder o objeto de seu amor doentio preferiu matar.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ordem e Progresso

O Brasil está tão bagunçado e desorganizado que o povo tem receio de exercer os seus direitos , não sabendo ao certo o que pode ou não ser feito, o que contribui para aumentar ainda mais a desordem urbana que se instalou definitivamente no país.
Falta tudo para que o Brasil seja realmente uma nação de fato e de direito, falta educação, respeito pelos idosos, ética na política, respeito pelos aposentados, planejamento social, credibilidade no judiciário, no legislativo, no executivo, na polícia e em todos os orgãos públicos, enfim parece a casa da mãe Joana...Onde todos mandam e ninguém obedece .
O que Ordem e Progresso tem a ver com isso? Não há o menor simbolismo e nem patriotismo nessa frase. Essas duas palavras que estão em nossa bandeira deveriam ser retiradas. Por que? Porque não existe Ordem no Brasil e o Progresso é curto. Desde o seu descobrimento diz-se que o Brasil é o país do futuro, futuro que não há, progresso que não existe, a não ser para os bolsos dos espertos que sempre estão no poder, usufruindo dele em causa própria.
Não há progresso na educação pois somos o país com o maior número de analfabetos. em proporção ao seu tamanho.
Não há democracia, o voto é obrigatório e na últimas eleições para prefeito do Rio de Janeiro manipulou-se um feriado, com o famigerado jeitinho brasileiro, para que muitos que já haviam praticamente declarado o seu voto para a oposição, a classe média alta, fosse aproveitar o fim de semana prolongado, e assim não votaram no único candidato que teria condição de fazer mudanças nesse cenário macabro que é o Rio de Janeiro. Mas isso não interessava ao governador que também reza na mesma cartilha do presidente.
Mas se existisse espírito cívico de verdade, consciência política, cidadania, eleitores não deixariam de votar. Em troca de um feriadinho, vamos amargar mais quatro anos de desordem e violência. Pode um governo cobrar da população leis que ele mesmo desobedece?
O próprio Estado torna difícil para a população seguir as leis, quando deixam as vias de trânsito sem sinalização, sem asfalto, quando veículos oficiais estacionam em cima das calçadas impedindo a pasagem de pedestres, quando não fazem rampas para deficientes, quando não tem hospitais da rede pública, quando não tem transporte de massa, quando os fiscais e policiais recebem propinas para não lavrar multas, quando permite a suprema inversão de valores, onde bandidos mandam mais que a polícia
Poderia relatar uma infinidades de falhas do Estado que não cumpre as leis, mas exige que o cidadão de bem o faça.
País que não tem ética, país onde ser honesto é ser idiota. Todo progresso que o Brasil conseguiu foi ser visto no exterior como a república das bananas.
Tirem do nosso lindo pendão da esperança as palavras Ordem e Progresso. Será menos vergonhoso para todos nós pois a bandeira do Brasil já deixou há tempos de ser o símbolo augusto da paz.


Lula e a tragédia

Ontem, em mais de um dos seus tontos pronunciamentos, em meio aos seus arroubos, Lula mostrou total desconhecimento de tudo o que acontece em seu país.
Quando ele abre a boca para falar é um desastre para qualquer cidadão mais ou menos alfabetizado, porém ele fala para um povo que é avesso à leitura e que, portanto, acha o máximo seu palavreado, sempre aos berros( abro um parentese para dizer ao presidente que gritar nos discursos não dá credibilidade à sua fala), mostrando-se indignado com fatos mais do que corriqueiros.
O discurso do Lula foi um escárnio: ele propos organizar um grupo de estudos com as principais cabeças pensantes, como se isso fosse possível no seu governo, para saber o que aconteceu com o Estado de Santa Catarina, e que para nos próximos 100 anos, eu disse cem, isso não aconteça novamente. Ora, parece brincadeira , mas não é.
O Lula já está no governo há 7 anos, e se não sabe deveria saber que existem milhões de estudos acadêmicos sobre solo, portos, rios, bacias, vales, drenagem e tudo relacionado às enchentes, desmoronamentos etc.
Presidente: estudos há de sobra, o que resta agora é colocar em prática, o que falta é ação, coisa que seu governo não faz. Precisamos que os dirigentes desse país deixem seus gabinetes e palanques e peguem no trabalho com vontade. Mais grave ainda foi a decisão do governo de liberar 500 milhões da Caixa Econômica Federal com juros à 1,7 % para os desabrigados. Parece que está fazendo uma boa ação. É obrigação, presidente. Essa tragédia mostra o despreparo, a falta de planejamento e a desorganização do seu governo.
Presidente Lula, juros a quase 2% é pra qualquer um, e não pra quem está precisando de ajuda humanitária, que perdeu tudo que guardou por uma vida. O que os desabrigados precisam é de uma mão amiga do governo, nessa hora em que famílias choram a perda de parentes e de suas casas, a mesma mão que tem sido benevolente com os bolivianos, haitianos, equatorianos, paraguaios, e vários países africanos e que o Sr. chama de coitadinhos.
Todo mundo fica repentinamente surpreso. O pranto das vítimas fica estampado na mídia, até a próxima catástrofe.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Olho por olho

Tribunal condena iraniano a receber ácido nos olhos

Um tribunal de Teerã sentenciou um homem a receber 20 gotas de ácido nos olhos após ter sido considerado culpado de cegar uma jovem com um líquido corrosivo após ela ter se negado a se casar com ele.

O tribunal decidiu aplicar a lei do talião, contemplada no código penal iraniano, publica nesta quinta o jornal Hamshahri.

O crime aconteceu em 3 de novembro de 2004, quando o acusado, que conhecia a vítima da universidade e à qual tinha pedido em casamento, a atacou e lhe jogou ácido no rosto.

Após o incidente, a jovem, identificada como Amina, foi tratada durante dois anos na Espanha. No entanto, acabou perdendo a visão nos dois olhos.

Segundo o jornal, Amina denunciou à Polícia que sofria assédio do acusado dois dias antes dos episódios.

Durante o processo, afirmou: "peço apenas que o culpado tenha a mesma sorte que eu".

O culpado, cujo nome não é citado na publicação, reconheceu ter cometido o crime por amor e afirmou: "quando lhe pedi a mão me disse que ia casar com outra pessoa e eu pensei em jogar ácido em seu rosto para que seu namorado a deixasse".

Quando o juiz perguntou a Amina se desejava que a aplicação da lei do talião fosse realizada repetindo as circunstâncias do crime, ou seja, jogando no acusado líquido corrosivo no rosto, a vítima declarou que a condenação lhe parecia "selvagem" e pediu que aplicassem 20 gotas de ácido no jovem "para que entenda como está sofrendo".

COMENTO:

Bom seria que essa lei de talião fosse implantada aqui no Brasil. Garanto que muita coisa iria mudar no país que se diz "bonito por natureza", mas com um povo ruim por opção. Daria um alívio muito grande para o governo e para todos que pagam impostos, porque não teriam que sustentar vagabundos nas cadeias, vagabundos que não trabalham e nada produzem, vivem na ociosidade, comem e bebem de graça e não pagam por isso. Mas aqui no país tropical existe o famigerado "direito humano", só para os presos, diga-se de passagem, enquanto que as vítimas, se consolam com a frase quero justiça , como se isso fosse possível. No Brasil justiça, só na próxima geração, talvez.

Bebês morrem diariamente nas maternidades por falta de assistência, só há médicos de fim de semana, idosos morrem nas filas de atendimento, por falta de médicos , médicos dão diagnósticos errado que resultam em morte, amplamente comprovado com laudos e testemunhas, só falta o defunto falar, e o que acontece? NADA.

Juízes que tem a magistratura como seu primeiro e único emprego na vida, muito confortavelmente instalados em seus gabinetes, muitas vezes jovens inexperientes de vida, apenas decoram os X mandamentos, absolvem os culpados e fica o dito por não dito, ou julgam habeas corpus na calada da noite. Isto é o Brasil, país de um futuro que nunca virá. Ilegal, e daí? Paraíso da desordem.

O mínimo que poderia se fazer, era dar trabalho pra essa gente pagar o seu sustento, já que a única preocupação deles é fugir e/ou organizar facções dentro dos presídios e de lá comandar o crime organizado aqui fora com a conivência de policiais corruptos. Fica a pergunta: a quem interessa essa situação? Entra governo sai governo e ninguém propõe mudanças nas leis, que são caducas e obsoletas.



terça-feira, 25 de novembro de 2008

O poder da intenção

É hora de resgatar o seu poder e reconhecer que você cria tudo o que existe e o que não existe na sua vida. Observe que você produz o seu sucesso, a sua riqueza e todas as possibilidades que estão no seu caminho.
Uma das leis universais diz: "aquilo que você focaliza se expande"! A questão é simples. O campo focal determina o que você encontrará na vida.
Concentre-se nas oportunidades e verá oportunidades. Concentre-se nos obstáculos e terá obstáculos. Nunca em minha vida enxerguei obstáculos. Quando por ventura eles surgiam eu não tinha tempo de reparar, tal era a imensa responsabilidade que me perseguia.
O mundo não pára quando você tem problemas.
Os problemas têm que ser tratados à medida que forem aparecendo, no momento presente. Mas mantenha os olhos postos nas suas metas, permaneça em movimento rumo aos seus objetivos. Dedique seu tempo e sua energia a conquistar aquilo que quer.
Quando surgirem dificuldades, supere-as e em seguida recupere rapidamente o seu foco. Não permaneça a vida inteira resolvendo complicações. Isso não leva a nada.
Empregue o seu tempo e a sua energia em pensamentos e atos, seguindo firmemente adiante, na direção do seu propósito.
A minha experiência diz que a realização exige foco, coragem, conhecimento, determinação, 100% de dedicação, atitude de não desistir jamais, consciência de merecimento e, é claro, intenção.
O significado de tudo isso é que, se voce não tiver verdadeira e plenamente determinação em algo, o mais provável é que não obtenha o que pretende.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A arte de ser difícil

Como é fácil ser difícil.
Basta ficar longe dos outros e, desta maneira, não vamos sofrer nunca.
Não vamos correr riscos do amor não correspondido, das decepções, das frustrações, das indiferenças de algumas pessoas, da falta de solidariedade, das falsos amigos, dos egoístas, dos invejosos, daqueles que só nos procuram para fazer intrigas ou contar vantagens.
Apesar de todos esses sonhos frustrados, precisamos dessas experiências de vida, que nos fazem ficar melhor a cada dia. Faz parte do nosso crescimento como pessoas.
Às vezes precisamos levar um bom tombo, ou perder algo que estava do nosso lado, mas a que não dávamos o devido valor, para sabermos o quanto doí.
Nada se constrói sem dificuldades, não nascemos prontos, crescer é muito dolorido.
Afastar-se das pessoas que nos ajudaram nos momentos difíceis é pura covardia.
Não precisamos nos preocupar com telefonemas que precisavam ser dados, com pessoas que pediam nossa ajuda, com caridade que era necessário fazer.
Como é fácil ser difícil. Basta fingir que estamos numa torre de marfim e que jamais derramamos uma lágrima. Isso é falso.
Basta passar o resto de nossa existência representando um papel. Como é fácil ser difícil.
Basta abrir mão do que existe de melhor na vida.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Tem muita gente sem noção

Lendo hoje a coluna do Ancelmo no jornal O Globo, deparei-me com a foto de um carro parado em cima de uma calçada obstruindo a passagem de pedestres.
O que me chamou a atenção, não foi a foto em si pois já é corriqueira a desobediência da lei, mas pelo texto "cariocamente parado". Eu diria " brasileiramente parado".
Mais um exemplo de desordem urbana que acontece neste país, onde ninguém respeita o direito do outro mas quer ter o seu direito respeitado.
Mas para gente sem noção é assim que funciona. O que importa é o meu prazer aqui e agora.
Lidamos diariamente com gente que põe o próprio prazer acima de qualquer regra de convivência em sociedade.
É o mito da irrevêrencia brasileira levada ao paroxismo da inconsequência.
É gente que "costura" no trânsito, estaciona em fila dupla, fala alto no restaurante, grita com garçon, joga latas e cigarros pela janela. Pequenos e grandes atos de ego-descontrolado do cotidiano que estão na base da pirâmide da violência. O que nos salva disso tudo é chegar em casa, fechar a porta e ter um mundo protegido da barbárie urbana.
Relembrando passagem de um livro do antropólogo Roberto DaMatta, conclui-se que a questão do Brasil é que as pessoas agem na rua como se estivessem em casa e agem na casa alheia como se estivessem na rua. Isto é na própria casa.
E convidar amigos significa trazê-los para essa proteção. Mas eis que surgem pessoas que levam para dentro da casa dos outros esse mesmo espírito de inconsequência, do próprio prazer que é o único que é relevante, sem se importar se isso vai constranger ou ofender o anfitrião.
É o maximo da falta de noção, levar o estacionamento em cima da calçada para dentro de uma casa para a qual foi convidado.
Quando a falta de senso de noção chega ao ponto do desrespeito a quem o acolhe, termina em tragédia. Acho mesmo que já terminou.
O que vemos é uma classe média de égolatras inconsequentes, e o resultado está aí. Basta olhar para ver.Pessoas que não tem a menor consciência dos danos que causam aos outros.
Como diz o velho ditado" costume de casa vai a praça". E isso infelizmente o brasileiro também vem fazendo no exterior denegrindo ainda mais a nossa já denegrida nacionalidade.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Fenômeno Obama

Na onda do novo presidente dos EUA, todos pensam em tirar vantagem e de quebra aparecer na mídia.
Tem de tudo, desde pessoas oferecendo cachorros de presente para as filhas do presidente até a apostas sobre o que ele vai fazer primeiro, apostas sobre a escolha da raça do cão - como se ele não tivesse condição de escolher seu próprio animal de estimação - ou se fecha a prisão em Guantanamo e levanta o embargo a Cuba, se acaba com a guerra do Iraque ou se cria uma nova política para imigrantes.
Como a grana anda curta com a recessão mundial e os contratos escassos, tem gente por aí inventado de tudo, só pensando em se dar bem. Ficam criando situações para atingir seus objetivos, nem sempre legítimos ou morais.
A onda de"aba do chapéu" já chegou no Brasil, haja vista os noticiários recentes sobre um casal que teve "problemas de discriminação racial" numa aeronave americana.
Sabendo-se que o brasileiro tem o famoso jeitinho é de se supor que há algo de podre no reino da Dinamarca.
Na estava lá pra dizer o que ocorreu de fato, mas creio que em qualquer lugar vale a educação e assim até em chinês a gente se vira.
Algumas pessoas acham que a rua é a continuação de sua casa e esquecem a educação.
Mesmo não falando a língua, que é o inglês, pois trata-se de vôo internacional, alguns brasileiros insistem em falar o português e acham que devem ser compreendidos, e quando isso não acontece, cria-se um mal estar, que bem pode ter sido o caso em questão.
Essa mania de celebridade no Brasil, que acham que devem ser tratados a pão de ló, já está passando dos limites e não é à toa que nós somos muito mal vistos no exterior.
Voltei agora de uma viagem de 25 dias pelo Oriente Médio e percebi como as pessoas se assustam com a nossa educação, bem diferente da que eles estão acostumados.
Diziam que encontraram brasileiros, que eram antipáticos e não conversavam com ninguém, sempre de nariz em pé. Na nossa viagem tivemos contatos com várias nacionalidades, argentinos, uruguaios, chilenos, equatorianos, espanhóis, mexicanos, colombianos, americanos e outros mais e não tivemos problema algum já que sempre procuramos nos adaptar ao interlocutor, ainda que tentando um "portunhol" incipiente.
Conosco no avião que saiu de São Paulo para Dubai estavam três atores globais que foram filmar na Índia e se portaram muito bem, sem estrelismos nem chiliques, e mesmo depois 15 horas de vôo, tiraram fotos e foram só sorrisos para os fãs.
Portanto alguém precisa examinar com muito cuidado a confusão armada pelo casal. Pode ser mais alguém querendo dar uma da lei de Gérson, já que leio que pretendem uma indenização milionária da companhia aérea.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Mãe da minha mãe

Hoje com o avanço da medicina, que ficou mais acessível a qualquer pessoa, as pessoas estão vivendo mais, talvez pela qualidade de vida em si.
É bom por um lado, mas por outro, causa uma certa preocupação aos filhos, pois sabem que os problemas que acompanham a velhice são difíceis de conviver.
O idoso vai ficando cada vez mais dependente e os filhos precisam encaixar os pais novamente em seu círculo familiar. Se não você se vê obrigada a abrir mão da sua própria vida para cuidar dos pais.
Pelo menos é o que eles vivem dizendo." Dei minha vida por você!"Fica no ar uma mistura de dívida, culpa e amor.
Mas, acredite ou não, o envelhecimento não precisa ser tão sofrido nem tão doloroso.
Li há bem pouco tempo um livro, não sei se ficção ou realidade, onde uma filha odiava os pais pela dependência que isso lhe causava.
Não é facil ser pai dos nossos pais. Se voce arrumou uma briga para ficar longe deles, mais cedo ou mais tarde isso vai acontecer.
Eles vão ficar velhos e vão precisar de sua ajuda. Se depender da aposentadoria, seus pais vão passar necessidades e mesmo com aposentadoria suficiente, nada garante que seus pais não precisem de você.
Quando chegar a hora de inverter os papéis, se prepare.
É duro abrir mão da condição de filho e passar a dar limites a quem lhe ensinou a ter limites.
Ser pai dos nossos filhos já dá um trabalho danado. Ser pai dos nossos pais é uma tarefa ingrata que realizamos de maneira sempre amadora e para a qual nós não estamos preparados.
Pois só por amor topamos essa longa caminhada. E bota amor nisso. E bota longa nisso.
Quando os pais perdem a autoridade, eles se sentem humilhados e inferiores diante dos filhos.
Eles que sempre ditaram normas para todos, hoje já não sabem decidir a roupa que vão colocar. Os filhos, por sua vez, detestam o novo cargo se assustam com tudo e passam a sentir saudades do tempo em que eram eles que levavam broncas dos pais.
Ao mesmo tempo em que vemos nossos pais envelhecerem e precisarem cada vez mais de nós, pensamos nos filhos que geramos e como será a vez deles.
A história muitas vezes se repete de maneira neurótica, mas não é isso que queremos.
Não é o que eu quero.
Não acho que consiga suprir o que meus pais precisam. Não tenho o tempo e espaço para tanta solicitação. Me sinto culpada por mais que me esforce. E olha que me esforço.
Hoje tenho que dizer para minha mãe que os seus verdadeiros pais morreram, e se ela não aprendeu a viver sem isso, não vai aprender mais.
O que não me impede de amá-la e fazer tudo o que estiver ao meu alcance.
Mas ser mãe eu só posso ser das minhas filhas. Esse ainda é o meu papel. O resto é improviso.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Viagem a Dubai

Acho que devo escrever alguma coisa sobre a viagem, mas estou sem inspiração, sem noção.
Acho que tenho que falar pra me acalmar, mas não sai, então vou escrever sobre Dubai.
Dubai destino do futuro tão presente, Dubai sonho dourado de muitos, de alguns decepção, necessidade de outros sem opção.
Dubai terra do sheikh que no seu doce deleite fez do sonho uma realidade.
É bonito, não vou negar, mas não convenceu. É um frenesi ir aDubai, que ainda não tem maioridade.
É excelente para engenheiros, arquitetos e gente com muito dinheiro, que com os sheiks negócios vão firmar. Empresas do mundo inteiro já estão fincando suas raízes por lá.
Terra do petróleo, da pujança, do ouro fácil, onde tudo se transforma da noite pro dia.
Lugar assim não sei por quanto tempo vai dar certo. É moda no mundo ir para Dubai , haja vista a quantidade de turistas que por lá circulam, todos buscando algo, não se sabe bem o que.
Até pouco tempo ninguém ouvia falar desse lugar. Dubai está hoje para o turista o que Cancun era há um tempo atrás .
Achei meio decepcionante pois ninguém viaja 15 horas de avião para ver prédios, a não ser profissionais do ramo;ouro não podemos usar; carrões de luxo são fartamente vistos pelas ruas impecavelmente pavimentadas.
Lugar onde tudo é maior do mundo, maior shopping, maior aeroporto, maior prédio, maior parque aquático, maior mercado de ouro, tudo superlativo. Vamos ver até onde vai a reserva de petróleo deles. Me pareceu uma cidade de faz de conta.
O famoso hotel 7 estrelas não é de fácil acesso, tudo fica muito distante do turista comum. Enfim, bastava ver Dubai através dos pps que recebemos para dar por visitada.
Lá só 20% da população é de dubaienses (não tenho certeza de é assim que se diz), o restante é tudo imigrante em busca de emprego e da realização de seu projeto de vida.
Ou seja, ganhar dinheiro e depois voltar para sua terra com as reservas guardadas.
Não sei quantos deles vão conseguir realizá-lo. Não se pode sustentar uma cidade calcada em pessoas que estão de passagem com prazo determinado, sempre com as malas prontas para ir embora, caso seja necessário.
Pobre países onde seus filhos os abandonaram para tentar a sorte em terras desconhecidas, por falta de esperança no futuro que virá.


Amizade que se vai
Hoje estou muito triste, vejo etapas da vida de duas amigas se encerrarem.
Chegando de viagem, pego o telefone, como sempre faço, e ligo para os amigos para saber as novidades locais e contar sobre as novas descobertas que fiz em terras nunca antes pisadas por mim.
Qual não foi minha decepção e tristeza quando falei com duas amigas, uma de longa data que participou ativamente das minhas viradas de vida e outra de não tão longo tempo, mas muito presente nos últimos acontecimentos que removeram meu interior e me fizeram renascer das cinzas com uma Fênix.
As duas por incrivel que possa parecer, estão com câncer.
A primeira já trava há três longos anos a batalha;o mal estava controlado pela quimio; mas agora veio o veredito:não pode mais operar.
A outra me disse assim, na cara, e olhe que eu já havia falado com ela antes, mas devido minha euforia relatando a viagem, ela preferiu não tirar o meu entusiasmo.
Ontem, no meio de uma conversa banal, ela falou que não viria ao Rio no final de ano pra gente tomar um chope, porque soube que seu exame deu positivo e que ia reformular seus projetos daqui pra frente , pois não queria perder a sua qualidade de vida.
Sou ansiosa, compulsiva, faço tudo muito.
As coisas pequenas me abatem, e as coisas grandes me abatem como um todo, o tempo todo. Sou visceral. Tem gente que é mesmo mais atingida do que outros pelos infortúnios e misérias da vida.
Acho que o que nos aflige são os outros.
Comecei a pensar na capacidade monstruosa que temos de inventar rituais para essa travessia tâo dura que é a vida.
Todos nós sabemos que a morte vem cedo ou tarde. Mas morte anunciada, com data pra chegar é ruim de sentir.
Estou enraivecida e comovida em ver como as pessoas conseguem dar sentido ao que não tem sentido: ter fé onde tudo falhou.
Tive um momento de reflexão:uma delas é casada com duas filhas querendo voltar no tempo e não ter constituido família, e a outra solterissíma e arrependida por não ter formado um lar com marido e filhos.
Duas vidas tão opostas e contraditórias.
"O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso" (Mário Quintana).

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Feira de livros

Espantoso como os Livros no Brasil são tratados com descaso. Escrevo isso por conta da matéria de hoje no segundo caderno do Globo. "Cadê os livros?" pergunta-se.
As obras literárias ficam retidas e não chegam a tempo da abertura da Feira de Frankfurt.
Pra variar, o Brasil faz feio lá fora, dá a exata idéia da desorganização a que todos aqui estão acostumados.
Isso diz muito de um povo que não tem por hábito a leitura, infelizmente.

Ninguém sabe exatamente a causa, mas milhares de livros simplesmente não chegaram à Alemanha a tempo da abertura da Feira, principal evento da indústria editorial mundial.
Dizem que por engano foi colocada no material uma inscrição de "perigo, material corrosivo".
Seria cômico se não fosse sério. Culpado?
Não interessa a ninguém descobrir. Ah! mas se o Brasil perder um amistoso é comentário pra uma semana....

Estive presente a noite de autógrafos da Martha Medeiros, escritora e colunista dos jornais O Globo e Zero Hora.
Abro aqui um parêntese pra dizer que "Martha é muito mais que isso".
Martha Medeiros já vendeu 300 mil livros. Consagrada no sul do país, Martha é romancista, cronista e poeta do cotidiano, admirada por intelectuais de gerações diversas. Tem 18 livros publicados e coleciona vários prêmios na sua carreira.
Apesar de toda essa bagagem, a noite de autógrafos não foi divulgada pela mídia como deveria.
Onde estavam os jornalistas, imprensa, televisão para prestigiá-la?
Claro que compareceram seus fãs de carteirinha- como eu- e muita gente que admira o seu belíssimo trabalho. Se fosse um diretorzinho global qualquer, que escreve asneiras sem pé nem cabeça, teria badalação e muitos puxa-sacos só para tentar ganhar uma figuração na telinha. Triste do país que enaltece os idiotas.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Civilidade

Sábado dia 10/10 fui ver a fantástica exposição Corpo Humano - real e fascinante - que finalmente veio para o Rio de Janeiro no Museu Histórico Nacional. Quanto a mostra , só elogios, pois foi muito além das expectativas. Porém o que realmente me surprendeu foi o comportamento de alguns visitantes acompanhados dos seus respectivos familiares.
Primeiro, pela ignorância em relação ao seu próprio corpo. Segundo, parecia que nunca foram , viram ou assistiram uma exposição, mostra ou algo do gênero. Não estavam familiarizados em apreciar coisa tão bela e educativa.
Estou falando não só das crianças, mas também dos adolescentes e principalmente dos adultos. Logo se vê que alguns brasileiros não estão acostumados a nada mais sério além de futebol, samba e cerveja. Penso que não é programa para criança de colo, que tudo mexe e quer pegar e ainda os próprios pais que não têm educação pra si e muito menos ensinaram seus filhos a se comportar em local público, fazem da rua a sua casa.Não adianta falar de respeito, se desrespeitamos a quem nos rodeia, isso vai dos empregados ao parceiro ou parceira, passando pelos filhos, é claro.
Os pais são o primeiro modelo que as crianças recebem e assimilam, e isso passa pelos poros, pelas palavras, pelo silêncio, pela omissão e pelas posturas. Alguns pais entendem que liberdade se confunde com amor e permitem absolutamente tudo.
Penso que isso é despreparo e comodidade, é quer estar em paz com sua consciência, ou seja , se não deu certo , a culpa não é minha, é sempre do outro. Moral todos devemos ter, diferente de moralismo..
O que vi na exibição foram pais incentivando filhos a desrespeitarem placas, normas e seguranças que diziam que era proibido fotografar. Vi vários menores fotografando, acobertados por pais, ora ele ora ela, fazendo ¨paredinha¨, para que depois nos condomínios ou escolas se gabasse de ter sido o mais esperto de todos, que conseguiu mesmo com proibição a foto do ano.
Lamentável! Triste país em que educadores ensinam filhos a burlar as leis já tão cedo...
Todos gostam de falar que estão educando bem os filhos, dando-lhe exemplo de trabalho, de moral, decência, ética, justiça, valores etc. Diante de tal episódio encerra-se toda a conversa sobre justiça e valores, porque tudo ainda começa em casa e bem antes da escola.
Tem gente fazendo discurso pela ordem e reclamando em nome dos outros, mas mantém a própria vida desarrumada.