sábado, 28 de fevereiro de 2009

Educação?


O ator-mirim Azharuddin Mohammed, que interpreta o Salim em “Quem quer ser um Milionário?”, foi surrado pelo pai em público na última sexta-feira, depois que se recusou a dar entrevistas a uma rede de televisão em Mumbai, na Índia. Segundo o tablóide The Sun, Ismail Mohammed, deu tapas no rosto da criança e a chutou na barriga. As imagens foram registradas pela mídia indiana.

Causa certa tristeza saber que crianças normais sem vícios, são tratadas como animais, num lugar onde os pais são tão severos e ignorantes que chegam mesmo a espancar um indefeso em público, e com transmissão ao vivo pela TV!
É acima de tudo falta de respeito ao ser humano. Essa atitude não é exemplo de educação mas sim de truculência. Tivesse acontecido no Brasil o ator já teria sido elevado à categoria de celebridade. Nem tanto, nem tampouco. Um país como a Índia que prega a Paz para o planeta deixa muito a desejar, pois está entre os piores países do mundo em educação.
No Brasil se transformam bandidos em heróis, como no filme do ônibus 174, e lá o pequeno ator foi tratado como marginal pelo pai. Este mesmo pai deveria estar orgulhoso do seu filho que conseguiu, num lugar pobre, sair do anonimato e quem sabe virar um astro, e talvez mudar a vida do próprio pai e da família. Com essa atitude, seguramente o pai esteja enterrando de vez a chance do filho. É possível que a partir do filme, o ator-mirim tenha a tão esperada chance de estudar, frequentar instituições que lhe garantam um futuro, pode até não vir ser ator, mas um profissional bem sucedido em qualquer área. Cabe uma pergunta: o que o cidadão vai fazer da vida se ele não puder se inserir no mercado de trabalho? Em Mumbai, certamente nada. Será mais um daqueles pedintes que enganam turistas em trocas de moedas, contando histórias que nem sabe direito, ou, como no filme em questão, servidor de chá num call-center?
Parece que esse menino tirou a sorte grande, pois dentre milhares de miseráveis que vivem em Mumbai teve a oportunidade de acesso ao mínimo de conforto que um ser humano pode ter, além de perspectiva de melhor saúde, educação e alimentação.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Será a solução para o Palace II ?


Finalmente morreu Sérgio Naya. Parece que agora todos os que foram prejudicados por ele, direta ou indiretamente, poderão ter de novo expectativas de que ver uma luz no fim do túnel.
Até a presente data existia uma mínima ilusão dos antigos moradores de um dia receberem qulaquer tipo de indenização pelos danos causados pelo o ex-deputado. Aquelas tristes pessoas que pareciam já ter desistido de lutar contra a justiça brasileira e seus meandros, renovaram suas esperanças de ter de volta a sua dignidade de ser humano.
É bom que se esclareça, portanto, que a dívida não morreu com ele. Tem agora o inventário, que em boa hora, vem agora esclarecer onde estão os bens que o mesmo negava possuir, como justificativa para não pagar as indenizações. Se naquela tragédia, tivesse sido atingida uma família de alguém muito importante, daqueles que andam de carros oficiais com o dinheiro do povo, certamente todos já teriam sido indenizados. País da desigualdade, país do "você sabe com quem está falando", país do "sou filho do fulano", onde o filho é extensão da profissão do pai.
Há agora uma esperança, mesmo que remota, de que o processo saia do lugar e deixe de queimar a cadeira de quem passou anos nele sentado.
Há 11 anos os donos dos apartamentos do prédio que desabou, veem os seus processos sendo, digamos, empurrados com a barriga ou com o canhoto do cheque do ex-construtor, conforme ele mesmo afirmou por diversas vezes, quando interpelado sobre a justiça que seria feita no caso do desabamento.
Cabe agora aos herdeiros pagarem as indenizações na abertura do inventário, ou continuar o empurra até a morte do próximo membro da família Naya, ou quem sabe do próprio inventariante. Se o inventário seguir nos mesmos passos do processo indenizatório, talvez só na virada do próximo século, poderá haver uma sentença favorável aos moradores que amenize a dor e a angustia das pessoas que infelizmente acreditaram na justiça dos homens.
Um dia nossos tataranetos, ouvirão essa história como mais uma das piadas jurídicas, dentre muitas que conhecemos. Contrariando o ditado: Justiça que tarda, tarda e falha, não é justiça !

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Filme premiado

Muito bem! Acabou o carnaval e começou o ano 2009 de verdade.
Para mim que não saí do Rio, o carnaval serviu apenas e tão somente para descansar, apesar do barulho provocado por diversas bandas em toda zona sul.

À praia não vou, está sempre lotada, suja e sem segurança, e mais, praia no Rio é maratona, sofrimento e não divertimento. Tem frescobol, altinho, (futebol jogado com a cabeça) por marmanjos que não respeitam nem crianças, aluguel de cadeiras impostas pelos donos da praia. Sim porque, eles loteiam a nossa praia. Sem chance ir à praia em Copa ou em qualquer outra.
Mas voltando ao assunto cinema, aproveitei para colocar os filmes em dia, já que no circuito tem uma boa safra de filmes na onda do Oscar. Vi quase todos os filmes que concorreram ao prêmio da Academia, porém o que mais gostei foi "Quem quer ser um milionário?". Apesar de algumas críticas negativas adjetivando o filme de muito hollywodiano, o filme é incrível e penso que pouca gente entendeu a sua mensagem ou foi a minha impressão pelo comentários ouvidos na saída.
Amei o filme, achei uma boa surpresa: um filme que fala de miséria, de favela, de violência, e de perda mas, em vez de fazer drama quer provocar alegria. E consegue. É um filme sensível, romântico sem ser piegas e que deixa no público uma vontade de saber o que aconteceu depois dos créditos. Fiquei esperando que a história continuasse.
O filme Quem quer ser um milionário? (inspirado no livro Sua resposta vale um bilhão, do indiano Vikas Swarup, lançado no Brasil pela Companhia das Letras) é uma celebração e tem sido unânimemente entendida como tal. Filme que rendeu vários prêmios e uma bilheteria americana surpreendente é contagiante - e não manipulativo, como poderia ter se tornado. É também um linda história de amor e uma história de vida.
Surge na nossa mente uma inevitável comparação com "Cidade de Deus", apenas por um motivo, ambos falam de pobreza e favelas. Mas está muito longe de ser mais uma película caça niquéis que tranforma bandidos em heróis. Jamal lida com situações que se apresentam com os meios de que dispõe; não vê a si mesmo como vítima e não dá valor ao dinheiro, mas também não se conforma. É alguém que quer ir em frente, não tem nada a perder e mira no melhor.Ele não está preocupado apenas com o prêmio de 20 milhões de rúpias, o melhor para ele é tirar Latika da situação que deixou para trás, mas da qual ela ainda não conseguiu sair.
Claro que a aventura de Jamal é uma fábula, mas perder-se nesses desvios, porém, implica perder também tudo aquilo que o filme tem de melhor.
Mais da metade dos 19 milhões de habitantes de Mumbai mora em favelas como a de Dharavi, que serviu de cenário á produção, onde casebres desgraçados se equilibram entre lagoas de excrementos e montanhas de lixo, que concentram uma parte importante da atividade da cidade, e não são povoadas por gente que só pensa na própria tristeza o tempo todo. À maneira indiana, elas são uma possibilidade tratável de vida.
Por fim, Mumbai é uma espécie de cristalização do instante singular que a Índia atravessa, a meio caminho entre a pobreza e um modo de vida ancestral e um desenvolvimento econômico avassalador.
As favelas apresentadas no filme parecem assustadoras até para o padrão brasileiro, mas não vai demorar muito, e, me atrevo dizer, bem menos que um ano, o Rio de Janeiro vai estar muito pior do que as favelas do filme, haja vista as comunidades que circundam as linhas vermelha e amarela. Tudo isso sem falar nos subúrbios, que segundo informações de pessoa de minhas relações, que trabalhou no alto comando de segurança pública, onde já existe toque de recolher há muito tempo, e não há policiamento suficiente para todos. Então salve-se quem puder.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Alerta no desaparecimento

Semana passada, vindo da academia numa esquina perto, deparei com a menina chinesa que havia sido levada por um homem do Pavilhão de São Cristovão um dia antes.
O que me chamou a atenção foi o fato de ter acabado de escutar a notícia na Band News e naquele exato momento ver uma garota chinesa com um homem que não era chinês, e estava comendo pastel na esquina da Rua Sá Ferreira.
Procurei imediatamente um guarda, já que nada podia fazer sozinha, mesmo porque não sabia exatamente se era ou não a menina sequestrada. Quando encontrei um guarda municipal,o mesmo me disse que não poderia seguir o tal homem, e que ele estava ali pra conter os camelôs e naturalmente achou que eu estivese louca, pois até então ninguém sabia do sumiço da menor. O que me causou estranheza, foi o descaso de uma pessoa que é investida do poder de polícia e não ter o menor respeito pelas pessoas que solicitam seus serviços. Ainda assim fui atrás do homem mas ele entrou numa rua movimentada e sumiu na multidão. Voltei para casa e liguei imediatamente para a Band News e denunciei o que vi. Não sei nem se a menima é a mesma que foi sequestrada, mas de qualquer forma, o fato deveria ter sido investigado. Sei que tem muitas pessoas que solicitam a polícia para qualquer coisa, o que não era o caso, mas se era a chinesa procurada, a polícia perdeu a oportunidade de pegar o sequestrador naquele momento.
Mas isso não tem importância, a menina sequestrada não é filha de ninguém importante. É apenas mais uma das milhares de crianças que desaparecem na cidade, é mais uma na estatística do depto de Polícia. Não era menina que vestia grife de shopping e nem tinha segurança garantida pelos cofres públicos, como numa matéria do jornal de hoje nos dá conta,de onde 60% do contingente da policia está designada para proteção particular. Ou seja a polícia, que é paga com nossos impostos, só serve para dar segurança a quem tem grana para pagar. Nós cidadãos comuns, devemos aprendam a rezar ou se proteger como puder. Porque contar com o Estado para nos dar segurançaé acreditar em Papai Noel

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Caos e incompetência

Trocar cargos de confiança ou chefias, só por terem selo de qualidade de administração anterior pode ter sido a explicação do caos instalado na terça-feira no Rio de Janeiro, quando não houve comunicação do acidente aos motoristas que saiam para o trabalho e, assim, foram pegos de surpresa. Quando houver uma interrupção de uma via não se pode deixar de comunicar isto no local. Foi um absurdo o que aconteceu por causa de um desastre dentro do túnel Rebouças. Os guardas municipais, totalmente desinformados, permitiam que os carros entrassem nos acessos que estavam interrompidos, dando um nó maior do que o previsto. Quanta incompetência!
Faltam aos engenheiros de tráfego e especialistas da CET-Rio bom senso, decisões simples e práticas: comunicação!
Fico imaginando fatos como esse do dia 17-02-09, acontecendo nas Olimpíadas, que os governantes tanto se empenham e fazem questão de que sejam realizadas na cidade: delegações presas em engarrafamentos, falta de placas indicativas, ruas fechadas para provas das olimpíadas. Pronto, está instalado o caos!
Basta um carro quebrar no Aterro do Flamengo para que se sinta o reflexo na Lagoa Rodrigo de Freitas. O que falta a esses senhores de carros chapa branca e cargos executivos é competência. E o mais absurdo, como se não bastasse, foi que mesmo com a situação crítica provocada por vários acidentes, o Depto. de Parques e Jardins tirou o dia para fazer podas em árvores no Aterro do Flamengo, o que levou ao fechamento de uma das pistas principais de acesso ao centro da cidade, tumultuando ainda mais o trânsito do Rio. Tudo isso sem ao menos informar aos motoristas. Só pode ser brincadeira de mau gosto uma decisão como essa em plena hora de maior fluxo de veículos. Louvável a poda de árvores que prejudicam a iluminação, mas bem que poderia ser feita em outra hora.
Sugiro aos novos dirigentes da ex-cidade maravilhosa, que uma vez por mês saiam de casa para o trabalho dirigindo seus próprios carros, levando seus filhos ao colégio, e vejam o quanto os simples e mortais cidadãos sofrem com a falta de planejamento. Sugiro que deixem os seus gabinetes e seus carros oficiais pelo menos um dia, o que francamente, não é pedir muito.
Penso que substituições em cargos importantes, que interferem, comanda, e ditam normas na vida dos cidadãos, deveriam ser precedidas de qualificação. Mas sabendo de antemão que no serviço público, o que vale é o QI, ou seja, compromissos de campanhas precisam ser cumpridos. É o famoso toma lá, da cá. Assim fica comprovada a inexistência de um plano geral de controle da ordem urbana na cidade.
Acidentes são normais, o que não é normal é um caminhão pesado quebrar o eixo por absoluta falta de manutenção e negligência dos orgãos competentes. Queiram os deuses que a jovem administração municipal tenha competência e fôlego para implantar medidas necessárias na já tão massacrada cidade do Rio de Janeiro.