quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Feira de livros

Espantoso como os Livros no Brasil são tratados com descaso. Escrevo isso por conta da matéria de hoje no segundo caderno do Globo. "Cadê os livros?" pergunta-se.
As obras literárias ficam retidas e não chegam a tempo da abertura da Feira de Frankfurt.
Pra variar, o Brasil faz feio lá fora, dá a exata idéia da desorganização a que todos aqui estão acostumados.
Isso diz muito de um povo que não tem por hábito a leitura, infelizmente.

Ninguém sabe exatamente a causa, mas milhares de livros simplesmente não chegaram à Alemanha a tempo da abertura da Feira, principal evento da indústria editorial mundial.
Dizem que por engano foi colocada no material uma inscrição de "perigo, material corrosivo".
Seria cômico se não fosse sério. Culpado?
Não interessa a ninguém descobrir. Ah! mas se o Brasil perder um amistoso é comentário pra uma semana....

Estive presente a noite de autógrafos da Martha Medeiros, escritora e colunista dos jornais O Globo e Zero Hora.
Abro aqui um parêntese pra dizer que "Martha é muito mais que isso".
Martha Medeiros já vendeu 300 mil livros. Consagrada no sul do país, Martha é romancista, cronista e poeta do cotidiano, admirada por intelectuais de gerações diversas. Tem 18 livros publicados e coleciona vários prêmios na sua carreira.
Apesar de toda essa bagagem, a noite de autógrafos não foi divulgada pela mídia como deveria.
Onde estavam os jornalistas, imprensa, televisão para prestigiá-la?
Claro que compareceram seus fãs de carteirinha- como eu- e muita gente que admira o seu belíssimo trabalho. Se fosse um diretorzinho global qualquer, que escreve asneiras sem pé nem cabeça, teria badalação e muitos puxa-sacos só para tentar ganhar uma figuração na telinha. Triste do país que enaltece os idiotas.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Civilidade

Sábado dia 10/10 fui ver a fantástica exposição Corpo Humano - real e fascinante - que finalmente veio para o Rio de Janeiro no Museu Histórico Nacional. Quanto a mostra , só elogios, pois foi muito além das expectativas. Porém o que realmente me surprendeu foi o comportamento de alguns visitantes acompanhados dos seus respectivos familiares.
Primeiro, pela ignorância em relação ao seu próprio corpo. Segundo, parecia que nunca foram , viram ou assistiram uma exposição, mostra ou algo do gênero. Não estavam familiarizados em apreciar coisa tão bela e educativa.
Estou falando não só das crianças, mas também dos adolescentes e principalmente dos adultos. Logo se vê que alguns brasileiros não estão acostumados a nada mais sério além de futebol, samba e cerveja. Penso que não é programa para criança de colo, que tudo mexe e quer pegar e ainda os próprios pais que não têm educação pra si e muito menos ensinaram seus filhos a se comportar em local público, fazem da rua a sua casa.Não adianta falar de respeito, se desrespeitamos a quem nos rodeia, isso vai dos empregados ao parceiro ou parceira, passando pelos filhos, é claro.
Os pais são o primeiro modelo que as crianças recebem e assimilam, e isso passa pelos poros, pelas palavras, pelo silêncio, pela omissão e pelas posturas. Alguns pais entendem que liberdade se confunde com amor e permitem absolutamente tudo.
Penso que isso é despreparo e comodidade, é quer estar em paz com sua consciência, ou seja , se não deu certo , a culpa não é minha, é sempre do outro. Moral todos devemos ter, diferente de moralismo..
O que vi na exibição foram pais incentivando filhos a desrespeitarem placas, normas e seguranças que diziam que era proibido fotografar. Vi vários menores fotografando, acobertados por pais, ora ele ora ela, fazendo ¨paredinha¨, para que depois nos condomínios ou escolas se gabasse de ter sido o mais esperto de todos, que conseguiu mesmo com proibição a foto do ano.
Lamentável! Triste país em que educadores ensinam filhos a burlar as leis já tão cedo...
Todos gostam de falar que estão educando bem os filhos, dando-lhe exemplo de trabalho, de moral, decência, ética, justiça, valores etc. Diante de tal episódio encerra-se toda a conversa sobre justiça e valores, porque tudo ainda começa em casa e bem antes da escola.
Tem gente fazendo discurso pela ordem e reclamando em nome dos outros, mas mantém a própria vida desarrumada.